EUNÁPOLIS - Três amigas, autointituladas ‘protetoras independentes do grupo SOS Cães’, transformaram suas vidas na missão de resgatar animais feridos das ruas de Eunápolis e procurar um lar para eles. Duas delas mostraram ao RADAR 64 suas rotinas dedicadas à causa animal no hotel para cachorros que montaram no bairro Dinah Borges.
“Temos um espaço resumido para poucos cães. Na verdade a gente trabalha com rotatividade, assim que eles são castrados e doados, a gente abre espaço para outros. A gente não pode acumular porque não temos espaço para isso”, disse a protetora Sonaide Gonçalves.
Quem vê os cachorrinhos saudáveis e alegres não imagina a história triste que há por trás da vida de cada um deles. Mas a ajuda das protetoras já salvou mais de 100 cães.
“Estrela tinha uma tutora, mas quando a gente recebeu, ela estava recém-operada e o veterinário disse que ela tinha levado uma pancada. A gente cuidou, ela teve doença do carrapato, quase morreu, e quem pagou tudo foi Bernadete. O difícil mesmo é ajuda”, relatou a integrante do grupo, Jaqueline Strauch.
E no hotel tem um cachorrinho especial. Valentino, que ficou conhecido por ter sido um amigo fiel ao seu antigo dono, assassinado há cinco meses.
“Eu vi logo no RADAR 64 a reportagem sobre o dono que tinha falecido e ele não saía de perto do corpo. E aí eu vi que ele precisava de um lar temporário e eu me ofereci. A partir daí resolvi adotar e procurar uma família que pudesse ficar com ele, pois ele é um cachorro especial, o fato de ele ter convivido com tutor por tempo integral, ele sente muita falta. Ele anda, chora um pouquinho, e olha pra mim como se dissesse: cadê ele?”, acredita Sonaide.
Mas nem tudo é alegria na vida das protetoras. Elas alegam que necessitam de muita ajuda para custear os cuidados oferecidos aos cães.
“A dificuldade é financeira porque a gente não tem recurso. Eu tive que pegar empréstimo para montar a estrutura que temos hoje, e ainda faltam coisas. Dificuldade para pagar clínica, temos parceria com CCZ e castração a gente consegue. Mas têm outros tratamentos, alguns animais já vêm com alguma doença, precisam amputar, e é muito caro. A gente faz rifa para arrecadar dinheiro, tempos poucos colaboradores e muitas vezes sai do bolso mesmo”, disse a protetora.
E a adoção responsável é o foco do grupo SOS Cães, na tentativa de encontrar uma família para todos os cachorrinhos.
“Primeiro a gente tem que saber se a pessoa gosta do cachorro e se realmente vai cuidar. Antes de ficar voluntaria, já dei para adoção alguns cachorros e acompanho até hoje. É importante adotar, amar, cuidar, é como se você tivesse adotando um filho, eles têm necessidades que tem que ser supridas”, destacou Jaqueline.
Quem tiver interesse em ajudar as protetoras do SOS Cães podem entrar em contato pelo telefone (73) 98137-1714.